quinta-feira, 10 de abril de 2008

Desvitalizações e dentes escuros

Depois de um período sabático, em virtude de um avanço muito significativo que dei à minha tese de doutoramento, proponho-me de novo a escrever neste blog. Geralmente faço-o baseado em casos que me aparecem no consultório com peculiar frequência, como nesta última semana.

Falo-vos daqueles dentes da frente que de repente ficam escurecidos, às vezes apenas subtilmente, como que mais baços ou acinzentados, noutros casos aproximadamente castanhos ou argilosos. O que causa a negritude e como eliminá-la?
Pode ter várias causas, mas as mais frequentes são:
1) desvitalizações incorrectas, deixando restos de sangue no interior do dente, que depois o escurece;
2) desvitalizações correctas mas que com o tempo levaram a desidratação do dente
3) traumatismos
4) períodos de ansiedade

Como qualquer atitude médica, o primeiro passo passa pela remoção de causa: repetir desvitalizações, desvitalizar, reduzir níveis de stress. Depois poder-se-á tentar branquear os dentes. Noutro post falei-vos do sumo de limão para esse efeito, no entanto, quando direccionado a apenas um dente e não toda a arcada, torna-se pouco eficaz. Recorrer-se então a um profissional torna-se incontornável, pois.


DF

5 comentários:

Anónimo disse...

Se possível, gostaria de saber se após uma desvitalização há que tomar antibíotico?
Obrigada.

kitita@megamail.pt

Anónimo disse...

Realmente eu penso que o dr. deve estar a tentar arranjar lugar de comentador numa revista cor de rosa, do que comentar baseado no que aprendeu na faculdade e o que está descrito na literatura da especialidade. Desafio-o a provar baseado na evidencia cientifica que aquilo que diz é verdade, sendo que serei o primeiro a aceitar tais factos, se os conseguir provar. Como desse facto tenho muitas dúvidas não me resta manifestar o meu desacordo em relação a mais alguns temas abordados na continuação do seu blog. 100% sucesso em implantologia? Não me diga que em endodontia também. Está aí a maior vedeta da medicina dentária mundial, ou será que só sabe falar para os doentes, que infelizmente embarcam naquilo que lhes diz. Com profissionais da sua área é certo que não terá muito tempo de antena.

Anónimo disse...

Caro colega:

Como especialista na área da Endodontia estou indignado com as suas opiniões...passo a explicar:
Os dentes que ficam escurecidos ficam por 3 motivos essenciais...Traumatismos(hemorragias internas e possiveis necroses recorrentes), Material de obturação (gutapercha, resilon, etc)acima de linha amelocementária, e necrose pulpar.
Também podemos observar uma alteração de cor (rosada) devida a reabsorções internas...tudo o resto é ficção.
Ansiedade e desvitalizações que levam à desidratação de dente são coisas da sua cabeça. Desafio-o a colocar aqui bibliografia credivel que o subscreva.
Estou de acordo que o primeiro passo em muitos tratamentos passa pela remoção da causa....mas só em alguns.
Mezinhas como sumos de limão, dentes de alho ou sangue de morcego não são dignos de um profissional mas sim de Vilar de Perdizes.
Acho que o seu periodo sabático não lhe foi favorável, pois deve ter sido demasiadamente longo, pois as suas técnicas e diagnósticos são do século passado.
Acho que afirmar sucessos de 100% na área a Implantologia ou qualquer outra área médica é não só uma mentira redundante, como também uma total falta de consciência.
Gostaria por último de felicitar a sua humildade quando se compara ao Dr. Paulo Maló.

Um forte abraço

MAM

Anónimo disse...

Caro Dr
Tendo acabado de frequentar um curso de estética na faculdade de Eastman, Londres, no qual não foi abordado o branqueamento dentário com sumo de limão, fiquei bastante curiosa.
Gostaria de ter acesso aos estudos em que se baseia para os poder aplicar na minha práctica clínica diária ou para aconselhar os meus doentes de todas as opções disponíveis.
Muito obrigada

DF disse...

Estarei sempre disponível para a discussão clínica séria.
Para aqueles que puseram em causa a desidratação da dentina e esmalte consequente da terapia endodôntica:
*Aust Endod J. 2000 Aug;26(2):78-80.
*Biomaterials. 2006 Apr;27(11):2507-17
*JOE, Volume 32, Issue 7, Pages 638-641 (July 2006)
*JOE, Volume 18, Issue 5, Pages 209-215 (May 1992)
Relativamente à ansiedade, como sabem, é extremamente difícil isolar esse factor numa análise científica, no entanto, creio ser enriquecedor ter em conta a influência do estado psicológico do paciente em qualquer tipo de terapia médica. A evolução da análise científica irá dar razão aos que não ignoram esse aspecto, talvez daqui a uns 10 anos.