Vieram da Suécia para substituir os dentes estragados das pessoas, mas farão as vezes das seculares próteses removíveis? É o que me perguntam com insistência diária, quase.
A técnica de colocação de implantes tem vindo de facto a evoluir de maneira impressionante: se dantes aconselhava-se um período de adormecimento do implante (enroscado no osso de maneira extremamente cautelosa) prévio à colocação do dente propriamente dito (a coroa), hoje em dia há pessoas da escola do Paulo Maló que acreditam ser possível fornecer as coroas ao mesmo tempo, até quando se trata da dentição inteira.
Ora bem, onde me situo eu nesta matéria? Do lado da ciência, caros leitores, da ciência.
E o que nos diz ela? Que os implantes são a melhor alternativa possível a qualquer tipo de edentulismo. As taxas de sucesso (na minha prática) actualmente rondam os 100%; a técnica cirúrgica é indolor; os efeitos secundáios inexistentes; probabilidade de rejeição: nula; contra-indicações: não se conhecem.
Mas e os fumadores e diabéticos e portadores de HIV? Dir-vos-ei que os hábitos de cada um são totalmente independentes à sobrevivência dos implantes. A improbabilidade de falhanço implantar tanto acontece com os fanáticos das escovas de dentes como aos vendedores diabéticos da revista Cais. E porque é que isso acontece? Por que é que as pessoas que perderam os dentes todas por causas infecciosas não perdem os implantes? A resposta é simples: porque as bactérias que atingem uns e outros não são as mesmas.
Portanto, aquilo que os leitores têm ouvido nos consultórios que a colocação de implantes requer especificidade individual... é ignorância, apenas.
Os implantes dentários são a maior revolução na reabilitação médica, e no Brasil já recorrem tantas pessoas a eles quanto às que recorrem aos implantes mamários (na proporção do universo feminino, obviamente).
Se tiverem outras dúvidas relacionadas com este tópico, sintam-se à vontade para perguntar!
DF
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8 comentários:
Taxa de sucesso a 100% em quanto tempo após a colocação?
quase 100% a 3 anos. A propósito, parabéns pelo seu blog, tornei-me leitor.
Pois... Também me parece que 100% é muito à frente. Mas é da escola do Paulo Maló também.
Eu penso que nada é 100% garantido em medicina.
E é perfeitamente possivel colocar os implantes e os dentes no mesmo dia. Não com 100% de segurança mas com bastante.
E a taxa de sucesso depende de algumas variantes como, por exemplo, quem o coloca. Hoje isso parece evidente. Mesmo não havendo 100% de sucesso. Mas anda-se lá muito perto.
Dou-lhe os meus parabens por ter uma taxa de sucesso tão alta. Prova apenas que coloca implantes à pouco tempo e que ainda não tem um follow up de alguns anos.
Os "problemas secundários inexistentes:" está relacionado com o paragrafo anterior.Perimplantites?
"Pprobabilidade de rejeição: nula" também não é verdade, desconhece os casos que tem sido reportados na literatura de doentes com alergia ao titânio. São casos raros mas existem
Se quiser informação sobre estes dados aactino@hotmail.com
Caro actino: não querendo precer paranóico, denoto uma quasi-embirração no seu discurso.
Na vida apenas a morte tem 100% taxa de sucesso. No entanto, em termos prático, qual a diferença entre 99% e 100%? Considera que a população mundial tem razões para deixar de usar o preservativo só porque a sua taxa de sucesso é de 96%? Ou de tomar a pílula por ter apenas 94% de eficácia? Ou de fazer apendicectomias pela mesma razão?
Discutir mesquinhices dessas não faz parte do meu caminho a seguir. É como ter a preocupação de explicar a um paciente que tomar a vacina do tétano é arriscado porque em raros casos se pode morrer de choque anafilático. Não faz sentido na estrutura do meu pensamento.
Tendo em conta aquilo que diz, e como 100% não são 99.9% deve se alertar os doentes para os riscos inerentes a qualquer procedimento e não omiti-los.
quem pode fazer implantes?
Pois sofro de periodontite
Obrigado
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